Na noite de 3 de Outubro, como já era de costume, o grupo de trabalho que se encontrava na comunidade de Carriçal foi pernoitar mais uma vez na praia. A primeira ronda da monitorização nocturna dos ninhos marcados foi realizada por volta das 21 horas. Tudo estava normal.
Já na segunda volta, excepto o ninho SN05, todos estavam normais, pois aquele apresentava uma depressão no centro. O grupo de monitores voluntários ficou tão feliz porque iria nascer o primeiro ninho da temporada. Só que as rondas e as horas foram passando e nada. Tudo permanecia igual.
Contradizendo a regra geral, de que as eclosões ocorrem a noite, desta vez foi por volta das 12 horas do dia 4 de Outubro que a cabeça da primeira tartaruguinha surgiu na areia. Após essa hora não faltavam pessoas na praia para ver o nascimento das tartaruguinhas, mas não nasciam e a espera foi longa, assim as pessoas iam e vinham.
Nesse dia havia muito Sol. Mas aos poucos apareciam mais cabecinhas no ninho. Então, para evitar que as tartaruguinhas morressem devido ao forte calor do Sol, um pano foi colocado a volta da rede, de forma a evitar a sua entrada directa do sol no ninho.
A espera foi longa. Assim, aproveitamos a movimentação em torno do ninho para se fazer sensibilização. Foi às 18:08 que, de uma assentada emergiram 63 tartaruguinhas.
Como muitos nunca tinham visto como ocorriam as eclosões, para os presentes a satisfação era grande. Já a noite acabaria por nascer mais 20, totalizado 83 tartaruguinhas nascidas dos 93 avos que se encontravam no ninho SN05.
No dia 5 de Outubro logo de manhã essas tartaruguinhas foram lançadas ao mar pelas mãos das crianças de Carriçal, para eles também a alegria de realizar tal acto foi evidente.
Esperamos que muitas delas consigam sofreviver e um dia Voltar a Carriçal para fazer o seu ninho.